Autoria: Lilian Kotviski Fiala, Diretora do Núcleo Rio de Janeiro da ABRAPS

Dia 12 de setembro, será lançado o Relatório Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2023, que pode ser acompanhado de forma online pela TV da ONU.

Já antecipo que a situação dos atingimentos dos ODS está pior do que há 4 anos atrás. Isso se deve principalmente a tripla crise que assolou o mundo: sanitária, climática e econômica. Em muitas metas, houve retrocessos e é preciso uma aceleração da transformação para recuperar o tempo perdido.

O mesmo relatório de 2019 já apontava seis pontos de entrada de transformação:

  1. bem-estar e capacidades humanas,
  2. economia justa e sustentável,
  3. sistemas alimentares sustentáveis e padrões de nutrição saudáveis,
  4. descarbonização energética com acesso universal,
  5. desenvolvimento urbano e periurbano, e
  6. bens ambientais globais.

Para que a transformação ocorra nestes pontos de entrada, algumas alavancas foram sugeridas em 2019: governança, finanças e economia, ciência e tecnologia, e ação individual e coletiva. O relatório de 2023, acrescenta uma quinta alavanca: capacitação, visto que o desenvolvimento e/ou mobilização de capacidades é essencial para o processo de transformação.

No documento preliminar do Relatório de Desenvolvimento Sustentável Global de 2023, podemos ter a perspectiva dos seus seis capítulos.

  • O Capítulo 1 pergunta “onde estamos agora?” e destaca a necessidade de resiliência e aceleração.
  • O Capítulo 2 pergunta “para onde vamos?” e enquadra o futuro, revendo novos conhecimentos para compreender as interligações entre os ODS e as repercussões internacionais dos ODS.
  • O Capítulo 3 centra-se em “o que precisa de ser feito?”, revendo as projeções de cenários para os ODS, juntamente com as principais mudanças e intervenções para acelerar as transformações através dos seis pontos de entrada introduzidos no Relatório de 2019.
  • O Capítulo 4 considera “como isto pode ser feito?” com um quadro que pode orientar a ação estratégica. Desvenda a dinâmica em diferentes fases de transformações em direção ao desenvolvimento sustentável, com exemplos de experiências históricas e recentes.
  • O Capítulo 5 trata do papel unificador da ciência e da importância do conhecimento de um espectro mais amplo da sociedade, tanto na produção de ciência socialmente robusta como na ligação da ciência à elaboração de políticas.
  • Finalmente, o Capítulo 6 é um apelo à ação que convida à reflexão sobre os passos futuros para acelerar a ação transformadora, melhorar as condições subjacentes à transformação e utilizar a ciência para impulsionar o mundo.

Em 25 de setembro, poderemos saber como está a situação do Brasil, pelo lançamento do Relatório Luz, documento elaborado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030/GTSC A2030) e que analisa a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil e mostra o que o país precisa fazer para cumprir o compromisso que assumiu junto à United Nations de alcançar as metas globais até 2030.

Apesar das previsões não muito boas, um movimento que vale a pena ser destacado, que tem como objetivo trazer perspectivas melhores é o Ambição 2030, estratégia formada por Movimentos para ajudar a acelerar o alcance dos ODS. É um chamado às empresas brasileiras para reconhecerem a urgência e a necessidade de promover ações concretas, com metas mensuráveis e compromissos públicos. São oito iniciativas: +Água, Ambição Net Zero, Conexão Circular, Elas Lideram 2030, Raça é Prioridade, Mente em Foco, Salário Digno e Transparência 100%.

Lançado pelo Pacto Global da ONU no Brasil, no segundo trimestre de 2022, hoje conta com mais de 200 empresas engajadas – são mais de 300 compromissos assumidos pelas empresas. Quem quiser conferir o relatório do primeiro ano do Ambição 2030, com abertura da presidente do Conselho, Rachel Maia, e do CEO, Carlo Linkevieius Pereira , clique aqui: https://bit.ly/Ambicao2030

Fontes:
https://sdgs.un.org/sites/default/files/2023-06/Advance%20unedited%20GSDR%2014June2023.pdf

Metade do caminho para a Agenda 2030

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